terça-feira, 25 de agosto de 2009

Alunos de Xexéu - Oficina de jornalismo


JORNAL DO POVO - Xexéu, 23 de agosto de 2009

Jornal produzido pelos alunos Regina Uchôa, Rayanne Uchoa, Nayanne Barbosa, Alex Silva, Fabíola Silva e Marcos Lima, durante a oficina de introdução ao jornalismo, ministrada por Margarida Azevedo.


População reclama da poluição no Rio Ipiranga

Moradores de Xexéu deram depoimentos sobre o Rio Ipiranga, que corta a cidade. A poluição nele é tão grande que as pessoas o chamam de Rio da Bosta.

Falaram que o rio há muitos anos era muito limpo. Podiam usá-lo para lavar pratos, roupas e até beber água. Mas com o passar dos anos colocaram encanamentos em suas casas e o rio começou a ficar sujo.

A aposentada Rosa Leonor, 63 anos, apesar de morar na frente do rio, disse que nunca foi prejudicada pela sujeira. Já a aposentada Terezinha Vicente, 72 anos, contou que o rio trouxe doenças para ela. “Sofri muito com a esquitossomose que peguei no rio”, afirmou Terezinha.

Para o secretário municipal de Esportes, Cultura e Turismo, Sílvio Júnior, uma das ações para resolver o problema seria incentivando a educação ambiental.

Diário do Povo -Xexéu, 23 de agosto de 2009

Jornal produzido pelos alunos Izabelle Dias, Renata Paz, Márcia Pereira, Renata Maria, Avylla Franciely, Edjane de Lima, Maria Geovane da Silva, Edineide Maria da Silva, Allef Paz Neto, Adriana Cândido e Rener Vidal. O texto foi escrito durante a oficina de introdução ao jornalismo, ministrada por Margarida Azevedo na Caravana de Luz Cultural. Xexéu, 21 a 23 de agosto de 2009

Moradores avaliam situação de Xexéu

Na cidade de Xexéu foram feitas entrevistas com vários moradores que opinaram sobre educação, saúde, gestão municipal e esportes. Houve críticas e elogios.

Na saúde, sobre o Hospital Marcos Antônio Gonçalves, localizado no bairro da Boa Vista, a cabeleireira Maria Aparecida da Silva, 44 anos, comentou que “precisa melhorar o atendimento”. Já Maria José de Lira disse que está bom e que as enfermeiras são competentes.

Para o motorista Reginaldo Gonçalves de Lima Júnior faltam condições para as mulheres grávidas terem seus filhos no hospital. A população reclamou sobre a falta de remédios e que quando precisa de atendimento tem que ir para Palmares. A enfermeira-chefe do hospital, Priscila Oliveira, 28 anos, disse que “atendemos com o que temos, não tendo tentamos resolver”.

Na educação, a professora Maria José de Oliveira contou que não faltam docentes no Colégio Maria dos Anjos. “Os pais deveriam ter mais compromisso com seus filhos. Eles deixam a responsabilidade de educar toda para nós educadores”, ressaltou Maria José, que ensina todas as matérias para a segunda série.

Jéssika Vidal tem 20 anos, é estudante e está cursando técnico em enfermagem. “A educação em Xexéu não está tão boa. Os professores deveriam ser mais capacitados. Eles poderiam ter mais oportunidades de se profissionalizar”, disse.

A área de esportes precisa de mais investimentos na avaliação dos moradores. O vigilante René Francisco, 43 anos, acha que até o momento não foi feito nada para melhorar os esportes. “Precisamos de parcerias com os programas do governo estadual para evitar que os jovens trilhem caminhos como alcoolismo, drogas e prostituição”, afirmou. Para o policial militar Valdecir, que tem 46 anos, os esportes em Xexéu estão ajudando no desenvolvimento dos jovens. Ele praticava atletismo, um esporte fácil e de baixo custo.

Sobre a administração municipal, os entrevistados fizeram críticas. A comerciante Edilene Maria da Silva, 25 anos, disse que faltam limpeza e segurança na praça onde ela trabalha, no Centro. “Deveria haver mais empregos também”, destacou. O bancário Paulo Santos Rodrigues, 55 anos, acha que a educação necessita de mais investimentos.

O assessor do prefeito José Maurício da Silva, 50 anos, também diretor tributário municipal e suplente de vereador, deu nota 6 para a atual gestão. “Mesmo sendo assessor do prefeito não posso ir contra os fatos. Mas a cidade está começando a melhorar na educação, na saúde. No começo o prefeito estava afastado do povo, agora não”, afirmou.

domingo, 28 de junho de 2009

Matéria publicada no Jornal do Commercio de 15 de junho de 2009



» RESPONSABILIDADE SOCIAL
Uma caravana repleta de luz
Publicado em 15.06.2009

Voluntários levam oficinas gratuitas de arte, educação e cidadania para o interior do Estado

Margarida Azevedo mazevedo@jc.com.br

Em vez de ficar vendo televisão, o estudante Lucivan Felismino Filho, 11 anos, estudante da 6ª série, aprendeu, no fim de semana passado, a soltar um minifoguete. Ele foi um dos alunos da Caravana de Luz Cultural, que movimentou a cidade de Caetés, terra onde nasceu o presidente Lula. Mais de mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes, participaram da iniciativa, que leva oficinas gratuitas de arte, educação e cidadania para o interior do Estado. Caetés foi o quinto município visitado este ano.

“Achei muito bom. A gente passa o fim de semana vendo televisão. Na oficina aprendi a armar um foguete”, contou Lucivan, um dos atentos alunos do professor e piloto José Roberto de Andrade. Dos 37 cursos oferecidos, artesanato, informática, grafitagem, jornalismo, capoeira e gastronomia estavam entre os mais procurados. Influenciados pela novela Caminho das Índias, muitas meninas escolheram a oficina de dança do ventre. Outros preferiram saber mais sobre a história indiana.

Idealizada e coordenada pelo maestro Givanildo Amâncio na década de 90, a Caravana de Luz Cultural reúne pessoas de diversas profissões. Gente que se dispõe a ensinar o que sabe gratuitamente. Todos voluntários, o que move o grupo é o desejo de distribuir saberes. “Os moradores do interior são carentes de informação, formação e lazer. O que falta é oportunidade para eles. Na caravana, os oficineiros praticam cidadania e os alunos ganham conhecimento”, destacou Gil, como é mais conhecido.

As aulas aconteceram no Colégio Municipal Monsenhor Calou e na Escola Estadual Luiz Pereira Júnior. Uma grande festa marcou o encerramento da caravana, no domingo. Com alfaias improvisadas com baldes, alunos da oficina de maracatu ecológico estavam à frente de um cortejo gigante, que percorreu as principais ruas do centro. Cantando e dançando, os participantes chegaram ao Centro de Eventos, onde todos mostraram o que aprenderam durante o sábado.

Caetés tem um potencial que precisa ser explorado. Descobri muita coisa interessante na oficina de turismo”, afirmou a estudante Glaucivane Nascimento, 22 anos. “Espero que a caravana volte mais vezes”, observou a jovem.

O secretário municipal de Cultura, Thiago Wanderley, ressaltou o quanto o grupo mexeu com a cidade. “Muita gente participou, de criança a adultos. Foi muito positivo receber a caravana”, declarou. As oficinas de judô, flauta, violão, pedreiro e eletricista tiveram professores do município.

SATISFAÇÃO

Contramestre de capoeira do grupo Gunga de Pernambuco, Edvaldo Tavares, 30, é um dos primeiros voluntários da caravana. Participa com a esposa, Karina Lira, 21, que o ajuda nas aulas. “Fazemos amizade, ensinamos capoeira, levamos lazer e conhecimento para crianças e adolescentes e ainda conhecemos outras culturas. É gratificante”, comentou Val. “É por amor que nos propomos a ensinar voluntariamente”, observou Karina

» RESPONSABILIDADE SOCIAL
Mais de quatro mil pessoas participaram
Publicado em 15.06.2009

A Caravana de Luz Cultural já percorreu, em 2009, as cidades de Capoeiras, no Agreste, São José do Egito e Tabira, no Sertão, e Rio Formoso, na Zona da Mata. Cerca de quatro mil pessoas participaram das oficinas. Segundo o maestro Givanildo Amâncio, coordenador da caravana, a próxima viagem deve ser para Catende, na Zona da Mata.

“O secretário de cultura está em contato conosco para acertarmos a ida a Catende”, ressalta Gil. “Visitamos as cidades que nos convidarem. O município tem apenas que fazer um investimento de baixo custo para viabilizar transporte, alimentação e alojamento, além do material usado nas oficinas”, explica.

Os oficineiros praticam turismo solidário. Não recebem nada para dar as aulas, mas têm a chance de conhecer uma nova cidade. Normalmente ficam alojados em escolas. “Formamos uma rede do bem. São mais de 50 pessoas dispostas a ensinar o que sabem. A cada visita, percebemos que com criatividade e boa vontade podemos diminuir a violência, ocupar a juventude e dar exemplos concretos de cidadania. É uma ação humanitária e cultural por excelência”, afirma Gil, destacando que o grupo está aberto a novos integrantes.

Em cada cidade são montados cursos das mais diversas áreas, escolhidos de acordo com a necessidade do local e conforme a disponibilidade dos caravaneiros. Na sexta-feira à noite, quando a trupe chega ao município, há a abertura da caravana.

As aulas acontecem no sábado (manhã e tarde). No domingo há a socialização dos saberes – em um espaço público, que pode ser uma praça, um clube ou uma escola – os alunos mostram para a comunidade o que aprenderam.

A caravana tem um blog (http://caravanadeluzcultural.blogspot.com). Prefeituras interessadas em receber a visita do grupo podem entrar em contato com Gil pelo email givanildo.amancio@gmail.com ou pelo telefone (81) 8726-1063. Quem quiser ser voluntário deve encaminhar currículo e proposta de oficina para caravanadossaberes@hotmail.com.